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As sete dúvidas mais comuns sobre escova de dentes

As sete dúvidas mais comuns sobre escova de dentes

“Doutor, qual o melhor tipo de escova pra mim?”. “Olha, recomendo a de osso e pelos de porco”. Esse seria um diálogo entre paciente e dentista no final dos anos 1400. Foi assim, com recursos naturais e inusitados, que os chineses criaram a primeira versão da escova de dentes no formato em que a conhecemos hoje, com hastes e cerdas. Pois é… Antigamente, não tinha essa de ir no supermercado escolher por marca, cor, tamanho ou modelo. O negócio era improvisar e, muitas vezes, dividir a escova com a família inteira. Como diz o ditado que eu acabei de inventar, “a união faz a cárie”.

Falando em improvisar, atire a primeira pedra quem nunca esqueceu a escova em casa e teve que escovar os dentes com o dedo. Se o seu dedo tiver cerdas, tudo bem. Caso contrário, é melhor voltar aos anos 1400, viu?

Brincadeiras à parte, o fato é que nada substitui a tecnologia e o design das escovas atuais. Felizmente, demos adeus ao improviso e desenvolvemos modelos de todos os tipos, para todas as necessidades.

A escova de dentes é um objeto indispensável na manutenção da sua saúde. Pensando nisso, reuni as sete dúvidas mais comuns sobre ela, com informações e dicas que você precisa saber. Confira:

 

  1. Qual o material ideal?

Quando o assunto é haste, as donas do pedaço são sempre as de plástico, de acrílico e de borracha. Mas existem também aquelas feitas de bambu orgânico. O bambu é legal, porque é um tipo de material biodegradável, ou seja, ele se decompõe mais fácil do que os outros.

Falando em cerdas, a maioria é de origem sintética (nylon e poliéster) e as demais, de origem natural (carvão vegetal, por exemplo).

No entanto, o ideal mesmo são as escovas com cerdas sintéticas. Por serem mais higiênicas e duradouras, elas minimizam a proliferação de micro-organismos.

 

  1. Dura, média, macia ou extra-macia?

Tem gente que compra escova dura pensando que ela limpa melhor os dentes. Na verdade, isso é mito. Ela só causa um atrito maior, podendo danificar o esmalte dentário e a gengiva, sobretudo se o dono escova os dentes com muita força e já possui doenças como a gengivite e a periodontite.

Por isso, normalmente, eu recomendo o uso de escovas com cerdas macia ou extra-macia, essa orientação eu passo durante a consulta. Costumo falar para os meus pacientes que a escovação precisa ser um “carinho” nos dentes, e não uma agressão. Seja gentil com o seu sorriso.

 

  1. Convencional ou elétrica?

O sonho de muita gente é ter uma escova que em pouquíssimo tempo deixasse nossos dentes limpinhos, não é mesmo? Principalmente naqueles dias em que comemos algo e só lembramos da escovação quando vamos deitar. Bate uma preguiça…. Mas não tem jeito, escovar os dentes é fundamental e necessário.

No mercado, existem as escovas tradicionais e as elétricas, certo? Mas será que as elétricas são nosso sonho de consumo? O tempo de escovação é um pouco maior, considerando que ela promove uma rotação e vibração das cerdas e que essas devem permanecer por alguns segundos em cada um dos dentes. Se fizermos movimentos para acelerar, unindo a escovação mecânica, haverão falhas e seus dentes não ficarão como deveriam. Então, pense bem na sua escolha e me peça orientações.

 

  1. Design é importante?

Antigamente, o mercado não tinha tantas opções de escova. Hoje, existe escova pra tudo quanto é gosto e bolso, $$.

Quando eu era pequeno, minha mãe sempre dizia que o modelo mais simples era o melhor. E ela, de certa forma, não estava errada. O design da escova pode ajudar na limpeza, como aquelas de cerdas irregulares para alcançar melhor os espaços entre os dentes. Mas o que faz a diferença mesmo é como você realiza a higienização.

Uma escovação de, no mínimo, três minutos, seguida da passada correta do fio dental e do uso do enxaguante bucal adequado é o indicado. Isso sim você precisa ter em mente.

 

  1. Qual a duração?

Você comprou aquele modelo macio ou extra-macio que eu te indiquei. Chegou em casa e fez a higienização das cerdas com água antes e depois de usar, passou o fio cuidadosamente e fez um bochecho com o antisséptico. Perfeito! Só não esqueça de aposentar a escova após três meses de uso, no máximo.

Se você parar pra pensar, imagina quantas bactérias essa nossa companheira diária carrega ao longo de sua nada mole rotina de faxinas pesadas. São tantas que ela acaba virando uma “sujadora”, em vez de “limpadora”. Por isso, substituí-la é fundamental.

E não adianta colocar no copo com vinagre, bicarbonato ou antisséptico pra aumentar sua vida útil… Lugar de escova velha é no lixo. Vamos combinar uma coisa aqui entre a gente: nada de continuar usando aquela sua escova toda “descabelada”, ok? Tô de olho, hein!

 

  1. Como conservar?

Nossa boca, mesmo que saudável, naturalmente possui bactérias do bem e do mal. E, como já falamos aqui em cima, a escova é uma colônia ambulante delas. Apesar disso, não dá pra usar uma escova por dia. Seria muito injusto com o meio ambiente.

Então, uma medida simples que eu oriento aqui no consultório é borrifar um pouco de antisséptico na escova semanalmente. Isso ajuda a limpar quem te limpa, pois o antisséptico bucal, como nós já sabemos, ajuda no combate às bactérias. Assim, você evita alguns problemas odontológicos como a placa bacteriana, o tártaro e o mau hálito.

 

  1. Como transportar?

Agora sim eu vou defender a questão do design, que falamos lá em cima. Sabe aquelas escovas desmontáveis ou dobráveis? Além de compactas, elas são ótimas para transportar no dia a dia ou em viagens, porque geralmente já vêm com uma capinha de proteção embutida. Super práticas!

Vale a pena ter uma sempre na bolsa, no carro ou na mala. Daí, você nunca mais terá desculpa para não escovar os dentes fora de casa.

Só lembrando que essas capinhas devem ser higienizadas regularmente, ok? Limpe-as antes mesmo de receberem a escova e seque-as muito bem também. E nada de guardar a escova encharcada na capinha. As bactérias adoram umidade e o risco de proliferação será ainda maior se você fizer isso.

 

Agora, você já sabe um pouco mais sobre escovas de dentes, mas nem por isso precisa deixar a consulta de lado. Venha bater um papo comigo sobre esse e outros temas relacionados à sua saúde bucal!